segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Aonde mora o amor
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Arte.
Olho a minha volta, quatro cantos, vinte e quatro anos, um guarda-roupas ultrapassado e que não diz nem um terço do que sou. As roupas que vejo nos outros me dizem mais do que as do meu corpo.Como se eu tivesse nascido aonde não era pra nascer, como se tivesse escolhido um caminho que não almejei.As coisas realmente estão fora do lugar.Quando irei morar numa casa com portas de capa de livro, sem teto, com cadeiras viajantes e um amontoado de estantes com seus livros divididos em cores?Quando encontrarei minha forma geométrica amarela laboratorial?Pertenço mais aquele mundo do que esse.Isso pode soar um tanto quanto subjetivo e superficial.Mas não, talvez seja a parte mais profunda.A minha vida tem que ser mais a minha cara.Dar voltas em círculos num mundo do qual meu eu faça mais parte.Individualismo nada.Apenas quero viver da maneira que me faça seguir o verbo a risca.Colocar meu cérebro,minhas vísceras,meus nervos,à mostra, deixar matéria e idéia expostos.
Mariela Oliveira.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Essência efêmera.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Chuva de bolinhas laranja.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Empty
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Estranha felicidade em sintonia com a melancolia.
Abri a porta balcão do meu quarto, deixei a luz das 16 horas da tarde entrar. Ao embalo de um som franco-iraniano, me sentei no chão do quintal. De mente vazia e coração cheio, me levei pela composição das notas musicais. Sem perceber, sem pensar e sem querer uma lágrima naturalmente escorreu... Depois desse breve momento comecei a pensar por qual razão, pois então, que não havia razão. O sentimento humano não é algo lógico, simplesmente a minha sensibilidade ficou exposta à luz do Sol, às minhas neuroses enquanto machucava a epiderme numa espécie de mania compulsiva, a cativante melodia de uma voz cantada com a alma e seu piano acompanhante. As lágrimas vieram, não por tristeza, por emoção. Uma felicidade com o lúdico da fantasia sincronizados numa estranha melancolia que resultou numa sensação de solidão que sempre existiu dentro de mim.
Mariela Oliveira.terça-feira, 20 de julho de 2010
A espera do trem sem itinerário.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Quando acho que sei, já mudei, mas ainda não sei. Quando acho que sei, já mudei, mas demoro a perceber. Fico lá, agarrada ao que já não é, chorando ou me encantando a partir de emoções que só fazem sentido para o que na maioria das vezes já deixei de ser. É quando menos sei que eu sinto mais. É quando menos sei que eu sei mais. É quando menos sei que eu sou com mais liberdade.
Não sei muita coisa sobre mim e já nem faço tanta questão assim de saber. O que realmente quero é criar espaço para viver a percepção nítida e inédita da beleza disponível de cada instante. Isso, sim, até onde eu pouco sei, é presente. E, quando estou alinhada com o tempo do meu coração, eu sei que é apenas isso, e tudo isso, o que há para ser desembrulhado. Para ser plenamente vivido. Nada mais.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Coisas da vovó.
Bibelôs de negros africanos, cachorros tristonhos e outros de boa-sorte, bonequinhas japonesas, elefantes indianos, velinhos lado a lado... Embaixo deles uma toalhinha de crochê, tudo com muito mimo. Passarinhos engaiolados, amarelo, branco e preto, mesclado em plena cantoria. Plantas de diversas espécies no quintal, cabides que foram deixados à esmo no varal.Café preto quentinho.A típica máquina de costura, dedal, amolfadinha de agulhas que refletem o brilho pedindo para serem usadas.Corredor de brincadeiras nostálgicas na infância, cheio de galhos caídos por conta do inverno de agora.Telhas com musgos verdes de veludo,conversas da desistência da arte de outrora.Falta uma cor ai.Água posta e arroz jogado para os pardais.Um passeio na praça que faz entrada com a casa,árvore centenária de galhos retorcidos,folhas e insetos vermelhos.Leitura de um livro de filosofia infantil.Ainda ouço as risadas de quando era uma pequena criança sentada naquela velha amiga.Casa da vovó.
Mariela Oliveira.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
O mundo eu pinto das minhas cores...
Sempre me impuseram uma maneira de vida padrão. O que planejar ao longo dos anos, o que estudar ou a maneira que devo me comportar. E eu teimosa que sempre fui, sai de todas essas linhas que me foram tracejadas. Desenhei mundos imaginários, coisas que vi em sonhos ao dormir e ao abrir os olhos para a tal da realidade. Apesar de ter sido muito solitária durante grande parte da vida, principalmente na infância, sempre criava as brincadeiras e os amores.
Agora me vejo na condição de abandonar alguns sonhos, me tornar gente grande como as pessoas todas dizem.Mas confesso que desejo tanto poder pintar os meus próprios caminhos, das cores da melancolia,aquela que a beleza se torna algo triste não por ser triste mas por algo ser absurdamente belo.Pintar meus caminhos daquela cor dos pensamentos de criança surrealista.Que gosta de ver o mundo girar em outra velocidade, controlado como o de um gira-gira.Não que faça girar o centro através de mim, mas que eu gire através do mundo.Quando a minha condição de artista e existência estão machucados tudo se torna cinza, preto e branco e apenas algumas coisas, aquelas que amo ficam em colorido.A sensação de me sentir perdida faz ter esse contraste.Agora, quando meu peito pula de alegria, principalmente nas manhãs de inverno,a luz do Sol que incide nas flores, objetos, queridas pessoas,meus animais de estimação faz com que tudo fique deslumbrante e isso me inspira de uma forma que não há adjetivos para definir.
Mariela Oliveira.
Arte de ser feliz.
Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé! Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça,o pombo parecia pousar no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e sentia-me completamente feliz.
Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz [...].
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro
Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar para poder vê-las assim.
.Cecília Meireles
sábado, 19 de junho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
Não entendo a razão por se ter vivido em um turbilhões de experiências ásperas, quando acontece algo que nos deixa feliz, o medo vêm junto. Uma insegurança bizarra, do que ainda não aconteceu, do que está por vir e trará num pressentimento bom cores mais vibrantes à nossa maçante rotina. Acostumados a enfrentar obstáculos e dias mais frios, a felicidade soa mais como uma afronta, e isso é ridículo. Será que é pelo fato desse sentimento ser tão momentâneo como as nossas tristezas? Mais uma vez não sei.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
domingo, 6 de junho de 2010
Onde cochilam crianças, quentes da correria.
Onde velhos para a noite sentam
e lareiras iluminam e aquecem o lugar.
Moro entre o dia e o sonho.
Onde tocam claros sinos vesperais
e meninas, perdidas da confusão,
descansam à boca do poço.
E uma tília é minha árvore querida;
e todos os verões que nela se calam
movem outra vez os mil galhos,
e acordam de novo entre o dia e o sonho.
.Rainer Maria Rilke
quinta-feira, 3 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
Acostumados com as evidências, acomodados com as aparências, tantas vezes medrosos, em geral, não conseguimos ler.