terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fio por fio...






Tentativa de abandono de todo peso das experiências passadas.

Não do aprendizado delas, mas do fardo que me proporcionou.

Cada corte, cada tesourada parece aliviar uma porcentagem desse peso.

Como se tirassem um monstro das minhas costas.

Mecha por mecha.

Fio por fio.

Cada fio uma lembrança.

Cada mecha deixo um ‘eu’ desgostoso para trás...

Mudar os fios para poder começar a mudar minha postura.


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Dragonfly.













Perdida em reflexões sobre tudo o que andou ocorrendo...
Apenas caminhando em direção ao meu lar doce lar.
Na tentativa de resgatar o que perdi de mim, os sonhos que deixei de sonhar.
As coisas que fazem parte do que sou que esqueci aqui ou ali.
Deparo-me com libélulas!
Sim!
Libélulas, aquelas que batem o traseiro na água.
Aquelas, pelas quais tenho tanta fascinação e até estampei um desenho em meu ombro.
Fascinação essa por serem tão livres e espontâneas, aerodinâmicas, mas mesmo assim sempre voltam para a superfície da água.
Havia muitas delas, de uma forma incontável...
Foi algo simplesmente deslumbrante naquela manhã.
Voavam numa sincronia como se houvesse sido ensaiada.
Alto e baixo, pousavam nas flores, voavam de volta, numa espécie de dança contemporânea entre libélulas e borboletas.
Nunca tinha observado tantas juntas, em frente ao meu jardim!
Não sei se é porque estou tentando resgatar na minha alma o meu lado artista.
Ou então pelo fato de estar mais sensível e de ter gosto por esse inseto excêntrico.
Essa cena tão graciosa me encantou e emocionou de uma maneira que não sei explicar.
Como se fosse uma espécie de sinal, ou algo pra mostrar que coisas simples que às vezes deixamos de prestar atenção, podem te levar de volta à criatividade e ver que ao menos aquele dia foi válido.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Desisto.












Mon désir est de l'embrasser
Seule cette
Je ne sais pas pourquoi.
Pas dans l'amour
Je sens ta chaleur
Dans le même temps envie de fuir.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Killing Lonelinees.
















Você já se sentiu tão sozinha na sua própria cama que ali se torna um abismo e o espaço não se preenche apenas pelo o seu corpo?
Como se houvesse um grande vazio...
Já sentiu seu coração tão apertado a ponto de explodir?
Sinto que eu posso ter me cansado de ser apenas alguém brincando de ser uma pequena garota.
Quero ser mulher por completo de vísceras, corpo e alma.
Já se sentiu cansada de ouvir promessas que não serão cumpridas, confissões levianas, ou então dos homens sempre projetarem algo que não existe sobre você?
As pessoas deixaram de acreditar em compartilhar a alma.
Tão egoístas preocupadas apenas com o seu ‘mundinho’ de falsas aparências.
Isso me faz sentir tão perdida.
Pois acredito num romantismo que está tão fora de moda.
Sinto falta de alguém me abraçar docemente e dizer: quero compartilhar as coisas contigo, quero compartilhar minha vida!
Fico tão devastada e triste por me sentir solitária que mal consigo respirar, já se sentiu assim alguma vez também?
Penso como tudo seria sem essas lembranças, sem essa dor.
Será que a linha vermelha realmente existe?
Por favor, não me faça sentir algo, se não for para me fazer voar bem alto.
Simplesmente, não suporto mais me sentir assim tão sozinha.
Já sentiu tanta desmotivação a ponto do seu corpo todo paralisar?
A música penetra os poros da minha pele, vai fundo à alma como se me acalentasse numa sensação de conforto.
Lágrimas de um desespero torturante.
Tudo se torna escuro, só penso em fechar os olhos e adormecer.
Nos meus sonhos, uma personalidade que mal conheço me abraça forte, como se ali aliviasse toda a minha inquietação.
Aos poucos junto os meus pedaços.
Para quem sabe serem fragmentados novamente.
Sou inteira, não metade.
E não admito mais meio alguma coisa, meios-termos, se for vir até mim que seja por completo.

Velocidade.












Vivo em duas velocidades.
Às vezes tão alta, excitante, outras vezes tão baixa.
Aos poucos vejo algumas coisas, como que acordando de um pesadelo entorpecente.
Talvez eu tenha deixado alguns itens singulares e plurais pra trás.
Reencontro num processo quase que gradual meus caquinhos.
Andava tão distraída.
Não sei como cheguei até aqui.
Só sei que vim metade acordada, porém essa se mantinha na loucura, a outra metade dormindo, dentro de um mundinho frio.
Quero ser inteira, creio que a outra metade despertou para ter seu lugar ao Sol.
Aos poucos descubro o que quero e o que não quero mais.
O que não quero é o maldito “qualquer coisa” e “tanto faz”.
Só quero dar um pequeno aviso meus caros: Não se aproxime de mim senão for pra se arriscar e ficar!
Não aceito mais oi e tchau! Meias verdades, meio qualquer bobagem a parte...
Se for para ir embora da minha vida que seja por um bom motivo, mas que faça guardá-lo aqui bem dentro do meu peito, docemente.