domingo, 31 de janeiro de 2010

Todas as coisas que envolvem a nossa rotina requer a rapidez.
E se por acaso, em algum instante eu quiser ir mais lenta, mais devagar no próprio ritmo?
Oscilando o tempo todo.
Nos meus pensamentos.
Nos meus sentimentos.
Algumas horas as palavras secam em nossa boca.
Um momento em que falar cessa, e sai apenas um ponto de exclamação!
Torno-me o que não foi feito ou dito.
A promessa a mim mesma que não foi cumprida.
Sensação de sempre perder parte de mim nos outros.
Creio que com tempo logo encontro, mas acabo perdendo novamente.
E não sei mais, o que reencontrei e o que ficou para trás.
Talvez eu goste da sensação de sentir minha alma em chamas.
Isso pode ser o meu lado mais perverso e masoquista falando.
Porque minha consciência mais pura necessita de serenidade.
Oscilo.
Entre o fogo e a calma.
Sinto que perdi a fé naquele amor shakesperiano.
Acredito em outras formas de amor.
Nenhum homem me tratou como mulher, apenas como uma criança mimada se divertindo com fogo.
Apenas projetam algo que não existe sobre mim.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010


Nós tínhamos uma coisa que chamo de ‘identificazzione di una donna’. Era uma aproximação de alma que rolava comigo, com você, … pessoas sensíveis, que têm uma alma parecida. As coisas que a gente escolhia para enxergar nesse mundo eram parecidas. Apontávamos para os mesmos lugares.
.Caio Fernando Abreu
A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas aéreas piruetas – escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio.

.Clarice Lispector


Escrever – e você sabe disso – pode eliminar essa sensação de gratuidade no existir, de coisas o tempo todo fugindo e se transformando em passado. Eu acho então que se escrever te dá um sentido para estar viva (ou a ilusão de um sentido, que importa?), então vai e escreve e diz tudo e rasga o coração, as vísceras, expõe tudo, grita, esperneia – no papel.
.Caio Fernando Abreu

Apesar das minhas fragilidades, avanço.
.Lya Luft

Apesar do medo
Escolho a ousadia
Ao conforto das algemas, prefiro
A dura liberdade.
Vôo com meu par de asas tortas,
sem o tédio da comprovação.
opto pela loucura, com um grão de realidade:
meu ímpeto explode o ponto,
arqueia a linha, traço contornos para os romper.
Desculpem-me, mas devo dizer: Eu quero o delírio.
.Lya Luft

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010










Não preciso me definir pra ninguém.

Sou a junção da minha nostalgia, presente e um pouco do futuro.

Não preciso fingir nada.

Quando estou triste... Assim serei.

Quando estou vazia. Sou vulnerável.

Se eu quiser ser excessiva nos meus gestos, ate com um pouco de acidez ou açúcar, farei.

Não quero fazer nenhuma imagem que não existe sobre mim.

Sou insana, amável, e ao mesmo tempo agressiva.

Se eu tiver vontade de tomar um porre, tomarei.

Ou de não dormir uma noite toda por estar frenética, ficarei acordada.

Não perguntei a sua opinião.

Só me importa às vezes.

Sim, eu já amei.

Mas também já odiei. Seria talvez conseqüência de uma expectativa mal correspondida.

Se quero amar de novo?

Por que não?

Talvez.

Da mesma maneira que sinto vontade de matar, sinto de beijar e abraçar.

Sim assim tão inconstante.

Tenho uns surtos românticos, não em gesto apaixonado, nem nas palavras, talvez em algumas atitudes que são quase imperceptíveis.

Em constante mudança.

Talvez eu caiba numa caixa com furos.

Algumas feridas.

Algumas lembranças.

Talvez se misturem numa sincronia incontável.

Isso não é uma descrição.

Apenas algumas frases jogadas do que supostamente eu poderia ser.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010