sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Escrevo por qual razão?


Escrevo por todo o risco corrido e o que eu ainda não corri.
Escrevo por haver tantas ausências, por uma presença.
Escrevo para retratar um passado, o presente, as entrelinhas e as incertezas do futuro.
O meu cansaço, a minha luta.
Escrevo para o amor que nunca chega o que já me deixou ou aquele que eu o deixei.
Escrevo para aliviar o cheio e o vazio que me habitam.
Escrevo por uma falta de esperança, escrevo por ainda ter fé.

Escrevo e vivo.
Tento abstrair as invariáveis, os cálculos que nunca obtenho resultado.
Alimento minhas vontades, minhas carências, a minha utopia romântica.
As alimento muitas vezes com o medo e alguma falta de crença.
As mudanças me causam alívio e o futuro me causa certa ansiedade.
É muito difícil viver o hoje sem ansiar o amanhã, ainda mais se o amor ainda não bateu em sua porta.
Escrevo pela bela melodia.
Escrevo por muitas vezes me julgar incapaz.
Escrevo as minhas conquistas que foram realizadas muitas vezes sem incentivo e sem apoio.
Escrevo as sintonias e as incompatibilidades.
Os silêncios, os gritos, a conexão por telepatia e as incompreensões.
Escrevo as noites mal dormidas.
Escrevo os sonhos acordados e os surreais.
Escrevo a espera...
Escrevo os meus desejos: os mais perversos, os mais doces e infantis.
Por mais que a vida tenha dado vários tapas na minha cara, por mais que algumas pessoas tenham me falado para desistir, que eu sou boba ou ingênua. Ainda me apaixono, ainda acredito no amor, ainda acredito que existam boas pessoas, ainda acredito em mim; mesmo com as minhas falhas tento preservar as minhas virtudes. Ainda escrevo, anda leio e ainda anseio. Mesmo que numa espécie de esperança ilusória. Mesmo que essa busca não tenha fim.
Escrevo e vivo.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Medo de olhar pra si.




Por mais que eu me sinta exausta, cansada e saturada,preciso criar coragem para continuar o meu caminho. Não posso deixar que más experiências: expectativas não alcançadas, desdém, indiferença, falta de compreensão, incompatibilidades me façam desistir, me façam agir da mesma maneira,e que tudo seja sempre igual. O modo como minha vida se encontra, como o meu estado espiritual,o meu ânimo se encontram, não me agrada. Eu sei que a mudança precisa começar de nós mesmos (de dentro para fora). No começo quando nos enxergamos é tão difícil. Não há ninguém que irá entender as minhas dúvidas, os meus desejos mal interpretados, é um assunto particular, de mim mesma para com o meu íntimo. Sempre tive vontade de ousar, e me contive. Tive vontade de amar, e me impediram. Vontade de sonhar alto, mas minhas asas foram aparadas. Vontade ser sincera comigo e com os outros; a todo tempo as pessoas se ofendem com essa condição. É muito árduo ter desejos. O mundo grita em Caps Lock a todo tempo que nós, homens, não podemos viver dos nossos desejos. Não podemos expressá-los, precisamos ser sérios, maduros. É o tal do engolir seco, sem mastigar, muito menos digerir. Chorar é para gente fraca, perdedora. Não quero viver em um meio que me faça engolir, que me faça odiar invés de amar, que me prive dos meus desejos, das minhas dúvidas, das minhas mágoas. Não quero mais me conter. Tudo parece tão sintético, tão industrializado e descartável, e, isso não me agrada. Se eu incomodo ou não, me aceite assim, que esse seja o meu defeito por ser humana. 

sábado, 28 de julho de 2012

Arte é vida!


A arte e a literatura dão sentido à vida. Deixa a vida menos insossa,menos penosa, dá mais sabor, mais intensidade, mais vivacidade. Faz até mesmo o preto e o branco tornarem-se elementos deslumbrantes. A palavra, a música, o cinema, a dança, as belas artes num contexto geral nos proporciona um olhar diferenciado sobre o mundo: como ele é e como poderia ser. Sem a Arte, a minha vida e a sua vida só seria autocompaixão, só seria uma rotina imensamente monótona.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Inspiração Amarga.

Não quero estar ao lado de alguém por uma questão de autocompaixão, de autopiedade,de praticidade e nem o contrário também. Quero um companheiro, que caminhe lado a lado. Não quero me agarrar a alguém por medo de ficar sozinha nesse mundo que têm mais traços de realismo do que romantismo ou surrealismo. Confesso que mesmo jovem já me sinto cansada de romper e depois começar novos relacionamentos. Preciso pensar mais por mim, criar o meu foco, já que as pessoas andam extremamente cansativas e individualistas. Devo me jogar, correr riscos que não tenham a ver com os assuntos do coração. Direcionar a adrenalina para outro lugar. Que estas palavras não se instalem apenas nestas linhas, que se concretize, que aconteça. Eu sei que dá um tremendo medo de não ter alguém para ligar depois do trabalho, não ter para quem contar um fato curioso ou um anseio. Sim, dá medo, não posso negar. Necessito viver mais nesse medo, a me desapontar com quem só ocupa espaço, por comodismo ou sei lá o quê. Sou piegas o suficiente para admitir que quero uma pessoa para a vida toda.Para viver, caminhar, ser e mudar a cada dia. Alguém que me faça enxergar sempre um novo porém, uma nova razão, mesmo quando nada pareça fazer sentido ou tudo se encontre num tremendo marasmo, e que eu o faça o mesmo bem. Por mais que me doa, por mais que seja difícil encarar os dias sem um amor romântico, uma companhia, prefiro assim a criar falsas expectativas. Se for para criar falsas expectativas que seja por intermédio dos meus sonhos e desejos particulares. Não quero mais gostar de uma pessoa que a verdadeira não seja recíproca. Gostar não é fazer sexo, sair para comer em um restaurante ,falar besteiras, rir,dormir abraçado. Gostar não é jogar promessas ao vento e depois contradizer, numa espécie de inconstância. Gostar não é passar o tempo junto. Gostar, e posteriormente amar é um pacto. Um pacto de um fazer o outro bem, pacto de construir uma vida, uma ideologia, juntos. Um pacto que se a minha atitude ou a atitude do outro causa mágoa, que se direcione a mudança. Amar é evoluir, renovar. Agora sinceramente, se não existir alguém assim, prefiro a amarga realidade de ficar sozinha. Triste, porém verdadeiro. Tão verdadeiro que ninguém vai ser capaz de desapontar, de querer decepcionar só por medo de dizer que não dá mais. Ao contrário de ser indiferente é ser irredutível, passo longe da indiferença, essa é um pesar e não adiciona, só subtrai. Enquanto o parágrafo piscava, pensei: até o fato de querer escrever, de precisar escrever está ligado com os meus amores, paixões, decepções quase amorosas. A inspiração poderia provir de outro meio. Não quero que nenhum falso relacionamento me dê essa inspiração amarga e me tire o verdadeiro foco.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Nova Estação.

Nessa manhã o cheiro do café estava mais aguçado, a melodia do vento mais serena e a atmosfera já anuncia o inverno com o seu conforto de poder ficar embaixo das cobertas. Nem parece que derramei tantas lágrimas de saudade no dia anterior, tantas lágrimas de solidão e confusão. Nada como o sono, como um novo nascer do Sol, uma nova estação. Assim como neste pequeno texto, na vida parece que não terminei de escrever o meu caminho, as minhas linhas, está tudo inacabado, como aquela sensação de quando se ganha um livro novo.Só preciso começar a ler o primeiro capítulo.Só preciso abri-lo para uma nova jornada se iniciar.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Let me be, set me free.


Não foi a música, não foram as lembranças, foi o caminho... A rotina do nosso dia a dia. Aquela rota em que usava para me levar até a sua casa. O que mais me machuca é saber que o caminho para o qual olhamos, é totalmente distinto. Tanta calúnia e injúria só poderiam me fazer desistir do meu amor por você. Olhar para esse caminho me fez ver a saudade que sinto do que nos deixava realmente felizes. À parte de toda a ofensa, de toda falta de respeito. Eu ainda penso em como você iria gostar de tais lugares onde vou e tais músicas que começo a ouvir. Só que por infortúnio você mesmo não consegue enxergar nada sobre mim e nem sobre como eu o vejo, por esse motivo tenho que desistir do que nós somos.Tenho que deixar tudo pra lá, e, aceitar que não existe mais eu e você.Me deixar livre, me deixar ser, sem você.

Interior.





Não sei em qual dos cinco estágios da dor me encontro, talvez em todos eles ao mesmo tempo, talvez no da raiva. É tão difícil eu me reencontrar sem me perder em tudo o que ocorreu. Não me encontro em desespero ,nem em lágrimas, só uma irritação, uma ansiedade, uma inquietação sem motivos. Existe o interior de uma casa que nos conforta, um mundo lá fora que nos apavora e o nosso próprio interior. Acredito que eu esteja dentro do meu próprio interior, me protegendo de sentimentos que parecem tão ridículos. Sou densa, sou intensa, e ainda tem gente que é capaz de dizer que sou uma mulher fria e dissimulada. Quem diz isso nunca soube nada sobre mim ou sobre o que me habita.Essa barreira que crio é uma forma de não intensificar meus estágios da dor. Pode ter certeza que dói. Só não dramatizo e isso não me faz ser menos densa, menos neo-romântica. Só estou esperando todos os estágios passarem para poder encontrar minha aceitação, enquanto não chega o tempo e a vida não param...Preciso aprender a respirar no meio de toda essa confusão.