segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Mariposas.

As mariposas sentem-se atraídas pela luz quando apenas há sombra,
assim como o sábio busca a verdade diante do caos .
Assim como procuro a razão de sentir
o que sinto na calada da noite, e queimo ao encontro da lâmpada.

Noturnas, procuramos a iluminação nos caminhos escuros.
Procuro amar por mais que me traga dor,
por mais que pareça sem sentido ir atrás do que provavelmente irá me matar.

Nunca entendi a atração dos insetos pela lâmpada,
hoje entendo : é um ato de entrega e paixão.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Ausência.

Senti tanto a tua falta,
de forma tão imensurável,
que a saudade virou
um calo calejado.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Prece do ano novo, em memória ao novo ano-velho.



De todos os males desses últimos trezentos e sessenta e cinco dias,
de todas as ofensas, esperas e incertezas.
De todas as lágrimas de dor e solidão,
só quero enxergar e guardar  em mim a beleza,
e as boas memórias.
Só quero guardar o que foi amor,
o que floresceu.
O resto, a água da chuva pode levar e escoar
até onde ela quiser.
Quero poder conseguir ter um sentimento de gratidão acima de tudo.


sábado, 13 de dezembro de 2014

Seu nome.

Até mesmo nos meus sonhos,
sem a sua presença estar neles,
clamo o seu nome ao cerrar os olhos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Feita de vento, ascendente em água.

A água me faz afundar,
o vento me traz inconstância.

Preciso aprender a alçar voo
e a boiar sobre as águas.
Preciso aprender a parar de flutuar
e de mergulhar fundo no incerto.
No raso, no concreto.
Ou a parar de transbordar o meu tsunami
de emoções.
Preciso do voo com direção
e do nado com leveza.

Só assim serei,
só assim livre serei. 


Olhar.

Meus olhos podem estar vazios e distantes,
mas dentro de mim mora um oceano de sensações
e incertezas.



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Sobre os relacionamentos atuais.

Meus relacionamentos amorosos sempre foram confusos e não duraram muito tempo. Cada um pelos seus motivos que são bem característicos. Não sou do tipo de mulher que acredita naquele romantismo à moda antiga cujo o homem sempre tem que tomar a frente e se mostrar o protetor, o herói, o cavalheiro, pagar um jantar, mandar flores e telefonar só pra deixar um sinal no dia seguinte. Não acredito que todas essas coisas definam um bom relacionamento. Mesmo eu não sendo perita em falar sobre eles. A mulher pode sim tomar a frente quando ela quiser, pode ajudar o homem se assim for preciso. Quando falo: homem e mulher faço referência ao que vivenciei. Não excluo os relacionamentos homoafetivos e nem faço uma glorificação aos relacionamentos heterossexuais. A mulher pode agradar também, pode ser protetora. Enfim, acredito em um relacionamento em que haja reciprocidade, carinho, respeito, cumplicidade, companheirismo e acima de tudo amor.

Nos últimos três anos não namorei de uma maneira mais intensa ninguém. Em compensação me envolvi com muitos homens. De várias opiniões, idades, filosofias, profissões e temperamentos diferentes. Alguns duraram poucos encontros, outros duraram um mês, dois. Com todos eles eu tentei me manter interessada e disposta a começar o novo. Quando começo a me envolver com uma pessoa tento não pressionar ou cobrar com questionamentos ou induções sobre namoros. Tiveram vezes que eu realmente gostei de alguns deles e cheguei a pensar em namorá-los. Mas não disse. E não me disseram também. Ou se disse foi com aquele desconforto em não parecer que havia cobrança, mas ao mesmo tempo era um ultimato. Sou a favor sim de a mulher tomar a frente como já disse anteriormente, nunca o fiz nessas situações por alguns tabus que tenho quando se trata de colocar certos pingos nos is. Acredito que por mais que eu queira um relacionamento duradouro eu não me enquadro no caso de ser uma mulher desesperadamente carente. Me considero carente. Mas não ao ponto de não ter nenhum amor próprio. Quanto a carência, quem não é carente? Todo mundo gosta de afeto, de carinho, de afago e zelo. Não condeno as mulheres desesperadamente carentes. Se uma pessoa, seja ela homem ou mulher, se encontra nessa situação têm muitas histórias e acontecimentos que fizeram com que elas ficassem assim. Nesse tempo em que estou solteira e em outros tempos, o que eu percebi e tenho comprovado a cada dia é que: mesmo os homens legais vão te decepcionar se eles estão interessados apenas em sexo casual, as pessoas não são muito sinceras quando elas têm um interesse específico simplesmente vão e fazem o que dá na telha, é muito mais fácil ter vários casos como cartas nas mangas do que tentar um relacionamento, algumas pessoas não vão falar sobre as suas falhas e nem querem saber sobre as suas no começo de um envolvimento, e o principal; a pessoa pode até gostar de você, considerar a sua companhia agradável, te achar interessante e atraente, mas, se não houver interesse o envolvimento pode durar alguns meses e talvez não se tornará nada além disso. E a questão só entrará em vigor, sobre a evolução do envolvimento quando um dos envolvidos se sentir incomodado com o tal de não tocar no assunto sobre namoro. Caso não for sobre namoro, sobre o que acontece entre os dois, do que se trata o que os dois têm.

É muito mais cômodo não tocarem em assuntos delicados como: isso vai virar um namoro? Onde isso vai dar? Ou então em assuntos que vão fazer com que as pessoas saiam das cascas de suas certezas confortáveis. É muito mais fácil combinar pra sair com os seus amigos num bar barulhento aos finais de semana do que chama-los pra uma conversa que envolva o verdadeiro fato de como foram as suas semanas, ou então, como vão as suas vidas. Ninguém quer se expor realmente e é vergonhoso quando os outros sentem a necessidade de se exporem. É sempre bom não vir ao caso o que sentimos, do que temos receio ou medo, o que nos incomoda, o que nos traumatiza. E se relacionar é isso. É se expor e deixar que o outro se exponha. É sentir-se nu não apenas no sentido literal. Só que é muito mais seguro não ir além. Por mais que haja motivos pra isso. Os seus amigos são legais, a pessoa com quem saí é bacana. Mas cada um com as suas vidas. Não vamos falar a respeito de coisas chatas, vamos beber, vamos transar! E depois cada um de nós voltamos às conchas de nossas convicções. 

No começo de um envolvimento sexual ou de uma amizade as pessoas não param de se elogiar, de mostrar o quão perspicazes e habilidosas são. Depois, quando começam a traçar uma rotina, e a enxergarem que ambos são feitos de erros, falhas, incertezas, egoísmos, inseguranças, tudo é posto à prova: as coisas esfriam e tomam lados opostos ou o companheirismo será pra valer. Tem gente que vê o lado negro da Lua como uma questão natural e existente, às vezes até instigante. Tem gente que já se assusta e prefere não explorar esse outro lado até então não visto ou mencionado.


Juro que estou farta de tentar. Estou cansada dessa formalidade toda, dessa falta de interesse, dessa falta de afeto, desse individualismo todo. Simplesmente não suporto mais. Eu quero saber lidar com os dois lados (com os meus e o das outras pessoas): com o lado que o Sol incide a sua luz e com o lado onde não há luz, onde não há calor. Sei que a luz e a sombra se complementam. Que não existe razão para nos envergonharmos dos nossos desejos, dos nossos sentimentos, dos nossos medos. Acredito no laço, acredito na união que possa existir entre as pessoas e não em conchas completamente isoladas, enclausuradas. O esconderijo é necessário, mas a intersecção é o que faz tudo valer a pena. Afinal, o amor e a felicidade precisam ser compartilhados e as tristezas também. As pessoas tem uma relutância de começarem um relacionamento por receio de exporem as suas próprias fragilidades. Enquanto elas se mostram fortes e afirmam que preferem não envolver os sentimentos, a verdade é o contrário disso.