quinta-feira, 15 de abril de 2010

Anacrônico.


















Às vezes pareço não pertencer a esse tipo de mundo.

Quanto mais vivo, menos sei e uma ânsia maior por conhecer toma conta de mim!
Não acredito no tempo cronológico, contado por segundos, minutos, horas, frações de tolos segundos.
Sinto-me tão preza a um tipo de contagem que não tem o mínimo sentido.
O tempo pra mim não existe, não é algo que possa ser contado dentro de um espaço físico.
Acredito, embora não fielmente, na transcendência das coisas em si.
Aprendo a cada dia que tudo é uma questão de espera.
O precipitado faz o inacabado, e o que é intenso demora mais e requer uma dose homeopática de paciência.
Alguns caminhos são nos dado como escolha, outros como algo inevitável e irreversível.
Levo em mim um pedaço da alma de cada pessoa que teve um significado, seja no caminho de escolha ou no do inesperado.
Creio que só faço algo com nobreza e excelência se for ao meu próprio ritmo, particular para cada ofício.
Não suporto mais ter pressa.
Se formos analisar com aspecto calculista o que é a vida, é nada mais do que viver para morrer.
E isso de fato, nos aterroriza e amedronta, é a nossa única certeza.
Pois então, não sei quando nem como, e por isso quero ter minha própria freqüência.
Não que às vezes eu não vá ter surtos e pedir a loucura da vontade.
Pedir a insanidade psicológica e carnal.
Mas tento fazer uma coisa de cada vez, com vontade, açúcar, acidez, delírio ou coesão.
Espero pra sentir, pra ver, pra aprender.
Dia após dia, mas vivo como se me fosse o último deles.