quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Arte.




Olho a minha volta, quatro cantos, vinte e quatro anos, um guarda-roupas ultrapassado e que não diz nem um terço do que sou. As roupas que vejo nos outros me dizem mais do que as do meu corpo.Como se eu tivesse nascido aonde não era pra nascer, como se tivesse escolhido um caminho que não almejei.As coisas realmente estão fora do lugar.Quando irei morar numa casa com portas de capa de livro, sem teto, com cadeiras viajantes e um amontoado de estantes com seus livros divididos em cores?Quando encontrarei minha forma geométrica amarela laboratorial?Pertenço mais aquele mundo do que esse.Isso pode soar um tanto quanto subjetivo e superficial.Mas não, talvez seja a parte mais profunda.A minha vida tem que ser mais a minha cara.Dar voltas em círculos num mundo do qual meu eu faça mais parte.Individualismo nada.Apenas quero viver da maneira que me faça seguir o verbo a risca.Colocar meu cérebro,minhas vísceras,meus nervos,à mostra, deixar matéria e idéia expostos.

Mariela Oliveira.