segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Essência efêmera.







A cada passo, a cada amanhecer, na rotina cativante. Às vezes somem coisas costumeiras do lugar, o que deslumbrou os olhos. O dente de leão cortado pelo jardineiro, às marcas da pata de um cachorro na terra seca é coberta pela lama molhada. Aquela orquídea colorida de amarelo, roxo, branco e lilás como um tigre estampado dentro de suas pétalas, que se abre num dia e se fecha na noite. Habitualmente existe uma mudança, pequenas mudanças que num conjunto se tornam grandes. Desde o processo mais óbvio natural que é a modificação das marcas de passagem, através do tempo e do espaço. Tudo o que representou para a alma, que fez alguma manhã valer a pena. É meio triste pensar que é efêmero, que um dia o que nos tocou bem lá dentro do nosso íntimo vai embora... Não porque queira ir embora, mas por precisar ir.Mesmo assim pode ser que novos dentes de leão e orquídeas floresçam nos matos gramíneos e outros animais pisem na terra ainda molhada pela chuva, sutilmente com uma comoção macia em suas essências.
Mariela Oliveira.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Chuva de bolinhas laranja.


É como se meu corpo não acompanhasse minha mente, ainda me sinto como uma criança de seis anos com seus rabiscos e ranhuras. Ainda me sinto como uma criança que aprende a falar e a andar. Mas ao mesmo tempo vivi experiências que me fariam ter 100 anos. Através desses 100 gostaria de mais 100 deles repleto de dias felizes e cheios de sonhos.
Dá tanto receio e uma tremenda vontade de desistir, como se nem eu mesma mais acreditasse em mim. Já fui tantas vezes recusada e deixada de lado por algo ou alguém que amava que sinto um tremendo medo de se repetir novamente, como uma criança que é esquecida no portão da escola por mais de duas vezes. Sei que soa como algo mimado e manhoso. Só pode ser esse meu sentimento infantil que não se apagou em relação de como lidar com todo o redor e de como me faz imaginar uma chuva de bolinhas laranja.
Mariela Oliveira