domingo, 20 de setembro de 2009

Identidade?






Identidade.

Todo propósito da razão pela qual vivemos exige identidade.

Seu nome.

Seu número.

Seu endereço.

A sociedade contemporânea é constituída de mercadorias.

Mercadorias humanas.

Tudo e todos são rotulados.

Rótulo definido: o que vestimos, o que comemos, onde moramos, o que e como falamos.

De um ponto de vista contrário e mais poético as coisas e pessoas vão, além disso.

Se não houvesse poesia, não haveria propósito de viver, apenas de existir e de possuir uma mera identidade.

Não sou apenas o número do meu RG

Não sou o que visto ou o que como.

Sou movida por sensações e emoções.

Sou as minhas lembranças e meus momentos.

Meus desejos e anseios.

As imagens e sons que crio em minha mente.

A sinestesia diária.

Essas frases.

Os medos e sentimentos soturnos.

Sou uma pintura, uma música, um cheiro.

Uma poesia sem rima.

Aleatoriedade de palavras.

Você pra mim não é a sua identidade.

Vejo as pessoas como seres sensíveis ao meio.

Não conforme seus dados pessoais.

Gosto de algo ou alguém pelos seus trejeitos, vivência mutua, ritmo, composição, química, pensamentos e memórias.

O gosto vai além da matéria.

É uma conexão invisível e inexplicável.

Cada elemento ou pessoa tem sua cor.

Um sabor, uma forma peculiar de me cativar.

Vão além de simbolismos medíocres.

Cada um me desperta uma sensação, às vezes de uma dimensão incontável, às vezes de uma dimensão mínima.

Sensações essas que em mim deixam marcas significantes.

Além de um número ditador e estúpido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário