Como melodias, as mastigo e as transformo em música
dentro do meu estômago.
Bebo tinta e componho;
com linhas, manchas e cores
na minha bexiga.
Mastigo palavras,
as rumino.
Meu corpo todo,
as minhas veias,
os meus órgãos,
carne, músculos:
é tudo feito de poesia.
Há lirismo em tudo.
Ora é melancolia
azul e lilás.
Ora é plenitude
amarela, vermelha e laranja
assim como o entardecer.
Dentro de mim oscilo entre
a sensação dolorida da calada da noite fria,
e a sensação pacífica do crepúsculo:
de vir o sol beijando o horizonte.
Oscilo entre o vazio
e o que transborda.
Entre a solidão e
a simbiose.
Me transformo em matéria bruta diante as minhas convicções,
deságuo e desintegro entre as lacunas
das incertezas.
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